Trump finalmente reconhece Rússia como “agressora” na guerra na Ucrânia

Líder da Casa Branca indicou aos jornalistas este domingo que “oito mil soldados morreram esta semana, de ambos os países. Mais alguns da Rússia, mas quando se é o agressor perde-se mais”

Francisco Laranjeira
Setembro 15, 2025
13:14

O presidente dos EUA, Donald Trump, finalmente considerou a Rússia como “agressora” na guerra contra a Ucrânia, em nova demonstração do endurecimento da sua posição face a Moscovo. Referindo-se às baixas das tropas ucranianas e russas, o líder da Casa Branca indicou aos jornalistas este domingo que “oito mil soldados morreram esta semana, de ambos os países. Mais alguns da Rússia, mas quando se é o agressor perde-se mais”.

Recorde-se que Donald Trump já se tinha recusado a condenar Moscovo pela invasão, com o seu Governo a aliar-se à Rússia e à Coreia do Norte em fevereiro último para rejeitar uma moção da ONU que apoiava a integridade territorial da Ucrânia e condenava a Rússia. Os EUA também se opuseram a uma declaração do G7 que apelidou a Rússia de agressora em fevereiro. O presidente americano chegou mesmo a culpar Kiev pela guerra em abril: “Não se começa uma guerra contra alguém 20 vezes maior do que nós e depois espera-se que as pessoas nos deem mísseis.”

No entanto, a postura de Trump em relação ao Kremlin mudou ao longo do verão, com a sua administração a exercer uma pressão crescente sobre Vladimir Putin, à medida que o presidente russo impede os esforços da Casa Branca em intermediar negociações de paz diretas com Volodymyr Zelensky.

“Impedi sete guerras e pensei que esta seria fácil para mim, mas esta revelou-se difícil”, apontou Trump este domingo, referindo-se à invasão russa. “Acho que sou eu que tenho de falar. Eles [Zelensky e Putin] odeiam-se. Odeiam-se tanto que não conseguem respirar.”

Com a postura mais dura de Trump a falhar em levar Putin à mesa das negociações com Zelensky, o Governo americano enfrenta crescentes apelos para impor sanções mais severas à Rússia. Trump afirmou este domingo que planeava fazê-lo — mas só depois de a Europa deixar de comprar petróleo russo e endurecer o seu próprio regime de sanções.

Embora Trump tenha dito que os países europeus são seus “amigos”, continuam a “comprar petróleo à Rússia”. “Não quero que comprem petróleo. E as sanções que estão a impor não são suficientemente severas”, apontou.

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